Na Ilha da Madeira, o Natal é considerado um dos momentos mais importantes do ano. Neste contexto, quando se referem àquela época, atribuem-lhe a designação de “Festa”. Este período está fortemente associado, tanto à importância religiosa, quanto a um conjunto de convívios que se iniciam em meados de Dezembro e terminam em meados de Janeiro.
O “Ciclo de Natal” é entendido como o “tempo antes do Natal”, sendo-lhe associado a matança do porco, a montagem da “lapinha” (termo madeirense que define o presépio) e as “Missas do Parto” – tradicionalmente celebradas no final da madrugada, durante os nove dias que antecedem o dia de Natal.
Seguidamente, no “tempo durante a noite de Natal” temos a Missa na noite de 24 para 25 de Dezembro, denominada por “Missa do Galo”, na qual são apresentados diversos momentos associados ao Natal, entre os quais, a “Anunciação do Anjo”. No final da missa, vários grupos dos vários sítios, ou com outras afinidades, cantam e tocam as romarias ou romagens de Natal.
O “tempo depois do Natal” é associado aos convívios familiares, à passagem do Ano, ao dia de Reis – festejado, na noite do dia 5 para o dia 6 de Janeiro, por grupos organizados que vão de casa em casa cantando cantigas tradicionais dos Reis e saboreando as iguarias que o anfitrião oferece – e o Santo Amaro, comemorado no 15 de Janeiro, encerrando o “Ciclo de Natal”. Este dia é festejado com maior intensidade em Santa Cruz, tendo a denominação “varrer os armários”, cuja principal característica consiste em visitar os vizinhos e amigos com intuito de comer os doces e bebidas que restaram da “Festa”.